Quem Somos

COMUNIDADE

A comunidade Vila Ecológica Céu dos Estorrões está localizada no estado do Amazonas, às margens do Rio Juruá que nasce nos Andes peruanos e desemboca no Rio Solimões, baixo Amazonas. É considerada uma das áreas de maior biodiversidade no planeta.

A comunidade é formada por ex-seringueiros e ribeirinhos, a maioria agricultores familiares. Foi fundada em 1996, no antigo seringal Adélia. Este local, importante produtor de borracha, entrou em declínio em meados do século passado e ficou abandonado por quase 50 anos. Tempo suficiente para a regeneração de suas matas.

O ambiente amazônico do Céu dos Estorrões é muito rico em diversas palmeiras como tucunzeiros, açaizeiros, buritizais entre outras, propiciando atividades autossustentáveis em benefício das 22 famílias residentes do local.

Com forte engajamento ambientalista incentivado pelo seu líder comunitário que é um grande educador ecológico, a comunidade vive da pesca e da agricultura familiar, zelando pelos seus lagos, roçados e hortas. Com uma produção local de macaxeira, feijão, jerimum, inhame, batata doce, variados tubérculos e verduras, frutas como limão, mamão, banana, cupuaçu, e os vinhos da floresta extraídos do açaí, buriti, bacaba e patoá. Assim, os comunitários buscam sua soberania alimentar.

A comunidade conta com a Escola Municipal Céu do Juruá que atende crianças e jovens do primeiro ano até o ensino médio através da EJA tecnológico (Educação para Jovens e Adultos, do sexto ao nono ano). E recebe voluntários que contribuem com conhecimentos diversos ligados à educação agroecológica, espiritual e comunitária.

A vida na Floresta Amazônica tem seus primores, mas apresenta fortes desafios. Um deles é o difícil acesso. A Vila fica a 30 horas, por via fluvial, de Ipixuna, a sede do município. Posto de saúde, hospital e comércio, somente na cidade. Não possui energia elétrica, funcionando a base de geradores. O saneamento básico da comunidade é precário, e não possui água encanada.

Os comunitários da Vila Ecológica Céu dos Estorrões, mesmo com todos os desafios, trabalham em prol de uma vida com qualidade e justiça social, aliada à preservação da floresta e de sua cultura. Buscam apoio para implantação de soluções mais sustentáveis, que favoreçam o bem viver comunitário em harmonia com a floresta e suas tradições.

BIOJOIAS

O atual Projeto Educacional de Biodesign é uma parceria de conhecimentos entre artesãs e artesãos e a coordenadora de criação, que também é designer. Atualmente, há um grupo de artesãos, homens, mulheres e jovens, capacitados na fiação da linha do tucum, no beneficiamento de sementes e montagem de peças (artigos religiosos, biojóias, acessórios como bolsas, cintos, entre outros) com aplicação de diferentes técnicas: macramê, trançado com sementes, crochê e tricô. Conta-se também com sábios mateiros, conhecedores das espécies botânicas de múltiplos usos: artesanato, medicina e culinária. É importante ressaltar que o funcionamento da Oficina-Escola, onde são produzidas as biojóias, incentiva a continuidade dos saberes tradicionais dos comunitários mais antigos e que estes sejam passados para os mais novos.

No início dos anos 2000, as capacitações feitas pela Mestre Artesã amazonense Arlete Maciel, que ensinou a identificar as sementes para o artesanato, seu beneficiamento e tingimentos naturais, foram de fundamental embasamento para os artesãos. O projeto “Linha do Tucum, Artesanato Amazônico”, contemplado pelo edital Petrobras Cultural em 2007, resgatou o conhecimento de fiação da linha do Tucum, que estava em extinção.

As peças desenvolvidas na oficina apresentam processos extremamente refinados que precisam ser ressignificados como joalheria e não um mero artesanato. A feitura da Linha do Tucum é um processo milenar, herdado das culturas indígenas da região. Todo o processo de fiação da linha, desde a coleta na mata até a linha finalizada, é uma técnica que envolve prática e paciência. Levando mais de uma semana para ficar pronta. As sementes de açaí passam por um processo de diminuição que consome várias horas e que resulta em contas delicadas proporcionando um artesanato diferenciado. A técnica de tingimento em degradê com o Pignol (resíduo do preparo do sacramento Santo Daime) é uma inovação técnica que só existe nesta oficina.

Pesquisas são incentivadas e desenvolvidas. Atualmente acontece uma parceria com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro que auxilia na identificação científica das plantas tingidoras. Atualmente busca-se o apoio para realizar um estudo aprofundado com a fibra do tucum para objetivos têxteis.

Essas características do artesanato dos Estorrões trazem para a comunidade e o município, uma valorização cultural da região. O projeto representa melhora na economia local, na qualidade de vida, cuidado e preservação ambiental, na valorização dos saberes e fazeres da comunidade; buscando inovação, educação e fortalecimento da autoestima dos envolvidos. Um exemplo que pode ser replicado em outras comunidades.

OFICINA-ESCOLA DE ARTESANATO LINHA DO TUCUM

A Oficina-Escola de Artesanato Linha do Tucum, onde são produzidas as biojóias, está localizada na Vila Ecológica Céu dos Estorrões, município de Ipixuna, estado do Amazonas. Desde o início da sua fundação em 1996, os comunitários foram incentivados a desenvolver o artesanato como fonte de geração de renda e educação ambiental. Assim, as famílias ribeirinhas, a grande maioria envolvida com a agricultura familiar e extrativismo, poderiam fortalecer a cultura local e suas habilidades artísticas. Diversos moradores apresentaram habilidades artesanais excepcionais e conhecimentos preciosos sobre os materiais florestais que são utilizados na produção de biojóias e utensílios.

Fundada no início dos anos 2000, é um complexo composto por uma casa principal de dois andares com cozinha, uma sala externa de ofícios, uma estrutura com telhado para os bole-boles (equipamento de beneficiamento de sementes), um paiol de secagem de sementes e uma casa para os grupo-geradores, que produzem energia para a comunidade e a Oficina-Escola, respectivamente. Há também uma estrutura com uma fornalha de 4 bocas que acomoda 4 panelas de aço com capacidade de 60 litros cada, onde ocorrem os tingimentos naturais utilizados nas fibras de tucum e sementes artesanais é utilizada.

A Oficina-Escola promove a geração de renda das 20 famílias da comunidade e alguns parceiros que vivem em Ipixuna, sede da associação que representa a comunidade. 

No local acontecem capacitações artesanais da comunidade e é onde os saberes são passados dos mais velhos para os jovens. A equipe atual domina a fiação da linha do Tucum, tingimentos naturais, beneficiamentos de sementes e técnicas como tricô, crochê e macramê. É uma escola de artes, com aulas de desenho de observação com várias técnicas, pintura, estudo das cores e outras expressões criativas. 

É um ponto de encontro, não somente de trabalho e educação, mas também social, onde são trocadas ideias e a rede comunitária se fortalece. Local fundamental para se visitar dentro da comunidade e faz parte do patrimônio cultural do Céu dos Estorrões.

Sobre a loja

A Oficina-Escola de Artesanato Linha do Tucum está localizada no Vale do Juruá, na Floresta Amazônica, na Vila Ecológica Céu dos Estorrões, município de Ipixuna, Amazonas. Desde o início, em 1996, Alfredo Gregório de Melo, fundador da Vila, incentivou a capacitação e desenvolvimento do artesanato como fonte de geração de renda e educação ambiental para as famílias ribeirinhas envolvidas com a agricultura familiar e extrativismo.

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